Não sei lá fora, mas no Brasil, lugar onde adoramos rotular pessoas para mais fácil e falsa compreensão, Amy era quase sempre vista como a celebridade gringa viciada e barraqueira. Bom, não que ela realmente não fosse isso, também. Mas era mais, muito mais.
Com sua voz fabulosa, estilo próprio, letras instigantes e uma super banda de apoio, Amy trouxe uma nova roupagem para o Soul, R&B e até mesmo o Jazz. E conseguiu isso aliando também sucesso comercial. O disco Back to Black já vendeu 13 milhões de cópias até o momento, sem falar nos 5 prêmios Grammy que recebeu.. Mas por essas bandas, o seu lado musical quase sempre foi deixado de lado. Basta dizer que o lado mais controverso da cantora chegou a ser retratado ridiculamente em um quadro fixo de um programa de humor duvidoso. Aquele mesmo que invadiu o seu velório para fazer graça, como se tivesse alguma. Nos programas diurnos de fofoca, dia sim, outro também, tava lá a Amy sendo mostrada, debatida, julgada. E as suas qualidades musicais? Bom, num país em que canções onomatopéicas, são chamadas de fenômenos, dá pra perceber a importância artística que uma cantora de Soul deve ter por aqui...
Quando de seu fim trágico, foram muitas as manifestações moralistas que sempre surgem nessas ocasiões falando do seu vício, do seu comportamento, do seu péssimo exemplo e outros blablablás. Ninguém com juízo em dias, dirá que a vida de Amy fora das suas belas canções, era realmente digna de se admirar, mas a questão é: quem disse que artistas tem que dar bom exemplo? Não era parente, nem amigo de Amy, logo importava mais a sua música, o seu talento, e não sua vida pessoal. Ela, e qualquer outro, poderiam/podem fazer o melhor disco de todos os tempos da última semana, mas se protagonizar um barraco, vão falar disso o tempo todo sem se escutar sequer uma música do tal disco. A menos que seja cantora de Axé, pagodeiro, funkeiro ou dupla sertaneja. E olhe lá, pois esses têm também sua vida pessoal colocada em primeiro plano.
Enfim, todos diziam que Amy era má, diziam que ela devia ser boa. Mas ela nunca quis ser boa, como diz na espetacular You Know I'm No Good. Se isso é bom ou ruim, não sei e pouco importa, o que importa é a música. E se hoje lamentamos 1 ano de sua ausência, é por causa da falta que faz, alguém capaz de criar canções como essa. Canções de uma artista, que tal qual Joplin e Hendrix, teve uma carreira curta, mas que será eternizada pelo talento. Eternização que completou 1 ano. Parabéns pelo seu primeiro aniversário no rol dos imortais, Amy.
Amy tinha uma voz fantástica. Confesso que não tinha a noção que já se passou 1 anos da sua morte. Uma pena que ela tenha se rendido a um mundo sem volta.
ResponderExcluirOlá, querido Ruy Peixinho!
ResponderExcluirAmy... A branca com alma negra. Ela é única. Sempre será. Suas músicas tinham o poder de transpassar qualquer barreira. E ela não caia no popularzão como acontece, infelizmente, a cada dia, com a Adele. Ela tinha algo que só poucos podiam entender - qualidade.
T.S. Frank
www.cafequenteesherlock.blogspot.com
Sua voz realmente era inconfundível, ela conseguiu ressucitar o blues no Reino Unido e no mundo...com músicas realmente marcantes, uma pena que se rendeu ao álcool e afins. Mas com certeza será sempre lembrada como Diva e isso é pra poucos de fato.
ResponderExcluir