terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mês fora de ordem

Que mês! Quanta coisa edificante acontecendo ao nosso redor, hein?!

Vamos aos "melhores" momentos:

- preconceito regional no Twitter( antro de baboseiras) ainda sob o calor da eleição e sob a desfaçatez de quem se "chocou" ao ouvir o que os nordestinos ouvem todos os dias Brasil-centrosul afora. E ouvem até das elites locais.

- os jovens classe média alta que saíram distribuindo agressões em Sao Paulo, continuam frustrando as teorias sobre "ser superior a ralé" dos seus papis e mamis.

- torcedores de grandes clubes do pseudo-país do futebol torceram contra seus próprios times preocupadíssimos com o fato do rival gozar com o próprio pau.

- e lá no Rio, tanques de guerra nas ruas, assombram  nossa credulidade. Mas é preciso avisar as autoridades que não há pés de coca nem de fuzis exclusivos do exercito brotando do cimento da favela.

- e não faltou gente na internet achando que a solução era destruir a favela inteira. Oremos por eles.

- enquanto isso, aqui na Bahia nunca se viu tanto lixo imundo musical ser tão facilmente aceito. E tão bem malfeito.

E eu perdi o show de Jorge Benjor e Jau que poderia ter aliviado minha mente de tanta poluição sócio-midiática. E aí me lembro de Caetano Veloso e a sua Fora da Ordem. Não existe música  que melhor represente este mês do que essa. E tem quem o ache chato. Mas como diz o final desta canção: Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem, apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final.

Aperte o play para exorcizar este novembro meio doido. Ou não.

Música: Fora da Ordem
Artista: Caetano Veloso
Autor: Caetano Veloso

Vapor barato

Um mero serviçal
Do narcotráfico
Foi encontrado na ruína
De uma escola em construção...
Aqui tudo parece
Que era ainda construção
E já é ruína
Tudo é menino, menina
No olho da rua
O asfalto, a ponte, o viaduto
Ganindo prá lua
Nada continua...


E o cano da pistola
Que as crianças mordem
Reflete todas as cores
Da paisagem da cidade
Que é muito mais bonita
E muito mais intensa
Do que no cartão postal...

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...(4x)

Escuras coxas duras
Tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna
A trupe intrépida em que fluis...
Te encontro em Sampa
De onde mal se vê
Quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa

É quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova
Parece fogo, parece
Parece paz, parece paz...
Pletora de alegria
Um show de Jorge Benjor
Dentro de nós
É muito, é grande
É total...

 
Meu canto esconde-se
Como um bando de Ianomâmis
Na floresta
Na minha testa caem
Vem colocar-se plumas
De um velho cocar...
Estou de pé em cima
Do monte de imundo
Lixo baiano

Cuspo chicletes do ódio
No esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela
Do garoto de frete
Do Trianon
Eu sei o que é bom...
Eu não espero pelo dia
Em que todos
Os homens concordem
Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

1 ano de blog!

A minha falta de tempo, expresa no último post, é tanta que eu quase deixo passar que há alguns dias atras (dia 18) o blog Peixe Antenado completou 1 ano de pé na estrada virtual.
1 ano e o blog ainda não é o que gostaria que fosse, mas já é muito mais do que achava que poderia ser. Aproveitando a ocasião,vou fazer aqui uma espécie de melhores momentos, colocando links de posts que marcaram esses 12 meses deste espaço. Lá vai:

Primeiro post: Com o pé na estrada

Post  mais comentado: Corram blogueiros! vem aí o AI-blog!

Post que mais agradou os leitores: Meu cérebro não é eletrônico

Post mais polêmico: O Nascimento do Brasil Dourado

Post com maior número de page views: Meninos da Mídia

Post comentado no programa Blog da Vez da rádio Elo FM de Minas: Vivendo a vida que não imita a arte

Post que mais gostei de escrever: Ê Filhos de Gandhy...

Todos os posts do Risada Sonora

Todos os posts do Politicar

Todos os Pitacos da Copa

Posts sobre o Carnaval da Bahia

Leiam e divirtam-se com minhas bobagens em forma de opiniões, até dezembro o blog vai estar assim devagar. A partir de janeiro deve melhorar. Voltarei quando tiver tempo ou em edição extraordinária.

Ah, agrdeço a todos que sempre frequentam esse humilde espaço virtual. valeu!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tempo amigo, seja legal!

Devido a falta de tempo do blogueiro, o Peixe Antenado tem tido escassas postagens, levando até mais de 10 dias entre um post e outro. Mas sei que isso não é só privilégio meu, pois vejo muitos blogueiros também se desculpando com seus leitores por aí.  E vejo também muitos amigos pessoais que dizem estar sem tempo para tomar uma gelada e botar o papo em dia, da mesma forma que eu também dou minhas desculpas. Tenho levado uma vida nos últimos 3 meses de intensa correria, basta dar uma olhada nos arquivos do blog antes e depois de agosto. Não que antes fosse moleza, mas piorou bastante.

Trabalho, família, faculdade, carro, ônibus, trânsito, banco, médico, contas, consertos, compromissos. Esta é a rotina da maioria economicamente ativa de qualquer grande e até média cidade. Ficamos indo de um lado para o outro, e quando chega o final do dia, temos a sensação de que não fomos a lugar algum.
E talvez essa vida não nos leve mesmo a lugar algum, mas é o que temos. Assim continuamos como soldados cansados rumo a uma guerra perdida. Ah, se aqueles 6 números coincidissem com os meus...

Tenho muitas queixas do tempo, acho que ele não me dá muita atenção, procuro por ele e não acho, queria ter mais encontros com ele. Para poder fazer as coisas que ele e a vida moderna não me deixam fazer.
Pensando nessas coisas durante a semana lembrei da única música que me faz ter esperança de que o tempo um dia escute minhas súplicas, e única música possível de ilustrar este post. Estou falando da simples e doce Sobre O Tempo da simpática e competente banda mineira Pato Fú. Como sempre recomendo: apertem o play, vejam o belo clipe da música, viajem na letra e deixem eu ir, porque tenho que tomar um banho aqui correndo, pra depois sair e...

Música: Sobre O Tempo
Artista: Pato Fú
Composição: John

Tempo, tempo mano velho,
falta um tanto ainda eu sei

Pra você correr macio
Como zune um novo sedã


Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai


Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final

Uh... uh... ah au...

Uh... uh... ah au
Vai, vai, vai, vai, vai, vai