segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre música, cores, roupas...

Se fizermos uma lista de cantores e bandas nacionais e internacionais da cena pop musical que estão fazendo sucesso chegaremos a uma convergência, não há como errar. E se pararmos para listar o tipo de público que os sustentam também chegaremos a uma convergência. O público jovem e ou adolescente das grandes cidades que têm amplo domínio sobre a internet( e são dominados também). E se analisarmos o que esse público fala a respeito desses artistas top, também chegaremos a um denominador comum.

O público pop só tem dado valor a bandas de menininhos bonitinhos (Fresno, Nx Zero, Justin Bieber,), bandas de menininhos bonitinhos que usam roupas e óculos coloridos (Restart,Cine) ou musas que usam roupas extravagantes e esdrúxulas(Lady Gaga). Todos esses artistas fazem sucesso muito mais pelas aparências e acessórios de vestuário do que pela música em si.


E assim a música fica em segundo plano, tanto pra quem canta, como pra quem vê, porque hoje em di a, a música está sendo feita para ser consumida pelos olhos ao invés dos ouvidos. Tem muito empresário que já sacou isso, faz tempo. Bem vindos a sociedade do espetáculo. O que importa é aparência estética. Outros artistas de outros estilos musicais nacionais como pagode, sertanejo, axé, e outros artistas pop/rock estrangeiros, que não se enquadram neste padrão estético, também tentam incorporar o máximo de elementos não musicais, na tentativa de serem mais notados e comentados. As musas baianas do axé que o digam.

Voltando aos artistas listados, mais precisamente o seu público consumidor, não quero aqui fazer o que muita gente faz por aí, condenando e rotulando essa nova geração como vazia e “modinha”. Bom, não que eu ache o contrário, mas dos anos 80 para cá houveram várias modinhas musicais na cena pop tão vazias quanto. A diferença é que ao mesmo tempo havia espaço para artistas digamos, mais feios esteticamente e mais musicais e que eram idolatrados pela mesma geração e mostrados pela mesma mídia. Vejamos:

- a geração que corria atrás dos Menudos, também curtia Legião Urbana, Paralamas, Titãs e demais do rock nacional. Todas com grande destaque midiático.
- a geração que cantou 10 pastéis e 1 kibe com os New Kids On the Block, também deu ouvidos ao Nirvana, Pearl Jam e assemelhados.
- e a geração internet discada que comprava cds dos Backstreet Boys, N’Sinc e Spice Girls (imagine um grupo formado por 5 Lady Gagas), curtiu Green Day, Foo Fighthers, Oasis, bem como Cidade Negra, Skank, Raimundos, Planet Hemp e O Rappa. E tiveram a curiosidade de olhar para trás, e acolher Kid Abelha, Capital Inicial, Barão Vermelho além dos já citados Paralamas e Titãs. Bandas dos 80 que fizeram muito sucesso no final dos 90.

E hoje em dia, qual banda ou artista do pop/rock fora do perfil menininho bonitinho bem-vestido ou musa pseudo-polêmica bem-vestida(a depender do conceito), que está nos braços da garotada lotando shows,com músicas tocando na rádio, ganhando prêmios, bem aceitos pela crítica e com bom espaço na mídia? E outra, é a mídia que fabrica o estilo ou o público que está pedindo pelo estilo devido a mudanças comportamentais na sociedade?
Essas perguntas não visam rotular jovens fãs, mas sim refletir sobre o futuro da música enquanto arte e entretenimento. Dessa vez não encerraremos com música, pois acho que não estou vestido adequadamente para a ocasião. Reflitam, comentem, fiquem a vontade.

domingo, 12 de setembro de 2010

Politicar - Os radicais livres

As eleições estão na ordem do dia, campanhas, pesquisas de intenção de voto, promessas e críticas aos candidatos estão em toda parte. É um processo longo, chato e desgastante para os candidatos, e tem uma turma que eu não consigo entender porque passam por tudo isso que o sistema político impõe, já que não acreditam neste sistema.

Digo isso ao analisar as propostas e entrevistas dos candidatos de partidos como o PCO, PCB, PSTU e a depender do humor do dia, o PSOL. São os chamados radicais, partidos de extrema esquerda que possuem pouco tempo no programa eleitoral e pouco espaço na mídia. Os candidatos destes partidos gastam o seu pouco tempo disponível dizendo que se eleitos vão mudar tudo do dia para noite, que vão botar o salário mínimo em 2500 reais, que vão desapropriar grandes latifúndios, que vão romper com o capital etc e tal. Mas nenhum deles mostra claramente como será a transição, e como farão para evitar uma fuga em massa de empresários do país e por conseqüência milhões de desempregados.

Não sei porque essa gente perde tempo se candidatando, acho que seria melhor e mais digno para eles, partirem logo pra revolução propriamente dita. É,isso mesmo, revolução armada e tudo. Teríamos um pouco de instabilidade, mas talvez até fosse gerado boas reflexões sobre o nosso modelo político, econômico e social. E o mais importante: pouparia nossos ouvidos de tanta besteira em nome da causa. Como se os candidatos do “sistema” já não as falassem em profusão. Essa gente precisa decidir o que quer, ser revolucionário e disputar eleições não dá.

Poderiam se inspirar na música Rádio Pirata do RPM, que narra uma inocente revolução feita pelas ondas do rádio. Se os radicais querem revolucionar, que façam direito. Há realmente algo errado com o rei,e é preciso dinamitar esse paiol de bobagens,mas para isso é necessário tocar os corações, e aí é que reside a dificuldade dos tais radicais.

p.s. 1- não acredito que o socialismo/comunismo utópico seja a solução.
p.s.2 – não acredito que o capitalismo utópico vai trazer justiça social.
p.s.3 – apertem o play no vídeo abaixo e façam a revolução...




Música: Rádio Pirata
Artisa: RPM
Composição: Paulo Ricardo/Luiz Schiavon

Abordar navios mercantes
Invadir, pilhar
Tomar o que é nosso
Pirataria nas ondas do rádio
Havia alguma coisa
Errada com o rei...

Preparar a nossa invasão
E fazer justiça
Com as próprias mãos
Dinamitar!Um paiól de bobagens
E navegar o mar da tranqüilidade...

Toquem o meu coração
Façam a revolução
Que está no ar
Nas ondas do rádio
No submundo
Repousa o repúdio
E deve despertar...

Disputar
Em cada freqüência
Espaço nosso
Nessa decadência...
Canções de guerra
Quem sabe canções do mar
Canções de amor
Ao que vai vingar...

Toquem o meu coração
Façam a revolução
Que está no ar
Nas ondas do rádio
No underground
Repousa o repúdio
E deve despertar