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terça-feira, 24 de julho de 2012

1 ano com Amy

No dia de ontem, completou-se 1 ano da perda da cantora britânica Amy Winehouse, vítima de não se sabe bem do que, até hoje. O que se sabe é que Amy tinha muitos problemas com drogas ilícitas, e principalmente com álcool. Não preciso explicar como sua vida era e/ou como era transmitida quase que em tempo real por diversas mídias, pois qualquer um minimamente informado, sabe.

Não sei lá fora, mas no Brasil, lugar onde adoramos rotular pessoas para mais fácil e falsa compreensão, Amy era quase sempre vista como a celebridade gringa viciada e barraqueira. Bom, não que ela realmente não fosse isso, também. Mas era mais, muito mais.

Com sua voz fabulosa, estilo próprio, letras instigantes e uma super banda de apoio, Amy trouxe uma nova roupagem para o Soul, R&B e até mesmo o Jazz. E conseguiu isso aliando também sucesso comercial. O disco Back to Black já vendeu 13 milhões de cópias até o momento, sem falar nos 5 prêmios Grammy que recebeu.. Mas por essas bandas, o seu lado musical quase sempre foi deixado de lado. Basta dizer que o lado mais controverso da cantora chegou a ser retratado ridiculamente em um quadro fixo de um programa de humor duvidoso. Aquele mesmo que invadiu o seu velório para fazer graça, como se tivesse alguma. Nos programas diurnos de fofoca, dia sim, outro também, tava lá a Amy sendo mostrada, debatida, julgada. E as suas qualidades musicais? Bom, num país em que canções onomatopéicas, são chamadas de fenômenos, dá pra perceber a importância artística que uma cantora de Soul deve ter por aqui...

Quando de seu fim trágico, foram muitas as manifestações moralistas que sempre surgem nessas ocasiões  falando do seu vício, do seu comportamento, do seu péssimo exemplo e outros blablablás. Ninguém com juízo em dias, dirá que a vida de Amy fora das suas belas canções, era realmente digna de se admirar, mas a questão é: quem disse que artistas tem que dar bom exemplo?  Não era parente, nem amigo de Amy, logo importava mais a sua música, o seu talento, e não sua vida pessoal. Ela, e qualquer outro, poderiam/podem fazer o melhor disco de todos os tempos da última semana, mas se protagonizar um barraco, vão falar disso o tempo todo sem se escutar sequer uma música do tal disco. A menos que seja cantora de Axé, pagodeiro, funkeiro ou dupla sertaneja. E olhe lá, pois esses têm também sua vida pessoal colocada em primeiro plano.

Enfim, todos diziam que Amy era má, diziam que ela devia ser boa. Mas ela nunca quis ser boa, como diz na espetacular You Know I'm No Good. Se isso é bom ou ruim, não sei e pouco importa, o que importa é a música. E se hoje lamentamos 1 ano de sua ausência, é por causa da falta que faz, alguém capaz de criar canções como essa. Canções de uma artista, que tal qual Joplin e Hendrix, teve uma carreira curta, mas que será eternizada pelo talento. Eternização que completou 1 ano. Parabéns pelo seu primeiro aniversário no rol dos imortais, Amy.



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Cadê a música brasileira que estava aqui?

De volta! Digamos que o blog entrou numa espécie de férias no mês de janeiro. Não foi bem isso, mas fica bacana falar que foi. E nesse tempo todo, como sempre, o mundo ao nosso redor oferece diversos motivos para nos questionarmos sobre uma série de coisas. E um dos questionamentos que não sai da minha cabeça é: o que aconteceu com a música brasileira?

Tive a infelicidade de dar uma olhada no famigerado Show da Virada, da Rede Globo(pois é, meu reveillon não foi dos mais “bombados”), e comecei a me fazer essa pergunta. Pelo que vi, todos os artistas, independente do estilo, estão interessados unicamente em professar as dores de amores perfeitos que se despedaçam. Oh,que lindo. Quanto a sonoridade, não há uma única coisa nova, diferente, já há muitos anos. Apostam sempre no mais simples e popularesco possível. Pra quem não sabe, popularesco é diferente de popular,ok.

Onde estão as músicas mais ácidas, críticas, que nos fazem repensar uma série de coisas,ou onde estão as músicas com senso de humor, engraçadas, mas sem ser de mal gosto. Até o nosso pop-rock, pelo menos o mais midiático, é de uma melancolia dispensável,ao contrário do jovem despudor de outrora. Cadê o tradicional discurso poético dos nossos compositores de MPB, acabou?

Eu gostaria muito de ouvir hoje em dia, uma música que viesse para balançar o coreto da mesmice, uma música como Arrombou a Festa, da Rita Lee. Inclusive, a própria Rita ta meio paradona também, mas já aprontou um bocado. Nesta música de 1976, ela satiriza e questiona figurões da MPB, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Raul Seixas, Roberto Carlos, dentre outtras estrelas da época.

Já imaginaram hoje em dia, alguém chegar e fazer uma música criticando Victor e Leo, Luan Santana, Ivete Sangalo, Capital Inicial e etc. Infelizmente não consigo vislumbrar isso nem a médio prazo. Quando o assunto é música brasileira, a sensação que temos é que a novidade, o inusitado, o revolucionário, é aquilo que já passou. Clique no play, veja o clipe e se pergunte o que aconteceu com a música popular brasileira.




Música: Arrombou a Festa
Artista; Rita Lee
Composição: Rita Lee/Paulo Coelho

Ai, ai, meu Deus, o que foi que aconteceu

Com a música popular brasileira?
Todos falam sério, todos eles levam a sério
Mas esse sério me parece brincadeira


Benito lá de Paula com o amigo Charlie Brown
Revive em nosso tempo o velho e chato Simonal
Martinho vem da Vila lá do fundo do quintal
Tornando diferente aquela coisa sempre igual
Um tal de Raul Seixas vem de disco voador
E Gil vai refazendo seu xodó com muito amor
Dez anos e Roberto não mudou de profissão
Na festa de arromba ainda está com seu carrão
Parei pra pesquisar


Ai, ai, meu Deus, o que foi que aconteceu
Com a música popular brasileira?
Todos falam sério, todos eles levam a sério
Mas esse sério me parece brincadeira


O Odair José é o terror das empregadas
Distribuindo beijos, arranjando namoradas
Até o Chico Anísio já bateu pra tu batê
Pois faturar em música é mais fácil que em tevê
Celly Campello quase foi parar na rua
Pois esperavam dela mais que um banho de lua
E o mano Caetano tá pra lá do Teerã
De olho no sucesso da boutique da irmã

Bilú, bilú, fafá, faró, faró, tetéia

Severina e o filho da véia
A música popular brasileira

A música popular
Sou a garota papo firme que o Roberto falou
Da música popular...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre música, cores, roupas...

Se fizermos uma lista de cantores e bandas nacionais e internacionais da cena pop musical que estão fazendo sucesso chegaremos a uma convergência, não há como errar. E se pararmos para listar o tipo de público que os sustentam também chegaremos a uma convergência. O público jovem e ou adolescente das grandes cidades que têm amplo domínio sobre a internet( e são dominados também). E se analisarmos o que esse público fala a respeito desses artistas top, também chegaremos a um denominador comum.

O público pop só tem dado valor a bandas de menininhos bonitinhos (Fresno, Nx Zero, Justin Bieber,), bandas de menininhos bonitinhos que usam roupas e óculos coloridos (Restart,Cine) ou musas que usam roupas extravagantes e esdrúxulas(Lady Gaga). Todos esses artistas fazem sucesso muito mais pelas aparências e acessórios de vestuário do que pela música em si.


E assim a música fica em segundo plano, tanto pra quem canta, como pra quem vê, porque hoje em di a, a música está sendo feita para ser consumida pelos olhos ao invés dos ouvidos. Tem muito empresário que já sacou isso, faz tempo. Bem vindos a sociedade do espetáculo. O que importa é aparência estética. Outros artistas de outros estilos musicais nacionais como pagode, sertanejo, axé, e outros artistas pop/rock estrangeiros, que não se enquadram neste padrão estético, também tentam incorporar o máximo de elementos não musicais, na tentativa de serem mais notados e comentados. As musas baianas do axé que o digam.

Voltando aos artistas listados, mais precisamente o seu público consumidor, não quero aqui fazer o que muita gente faz por aí, condenando e rotulando essa nova geração como vazia e “modinha”. Bom, não que eu ache o contrário, mas dos anos 80 para cá houveram várias modinhas musicais na cena pop tão vazias quanto. A diferença é que ao mesmo tempo havia espaço para artistas digamos, mais feios esteticamente e mais musicais e que eram idolatrados pela mesma geração e mostrados pela mesma mídia. Vejamos:

- a geração que corria atrás dos Menudos, também curtia Legião Urbana, Paralamas, Titãs e demais do rock nacional. Todas com grande destaque midiático.
- a geração que cantou 10 pastéis e 1 kibe com os New Kids On the Block, também deu ouvidos ao Nirvana, Pearl Jam e assemelhados.
- e a geração internet discada que comprava cds dos Backstreet Boys, N’Sinc e Spice Girls (imagine um grupo formado por 5 Lady Gagas), curtiu Green Day, Foo Fighthers, Oasis, bem como Cidade Negra, Skank, Raimundos, Planet Hemp e O Rappa. E tiveram a curiosidade de olhar para trás, e acolher Kid Abelha, Capital Inicial, Barão Vermelho além dos já citados Paralamas e Titãs. Bandas dos 80 que fizeram muito sucesso no final dos 90.

E hoje em dia, qual banda ou artista do pop/rock fora do perfil menininho bonitinho bem-vestido ou musa pseudo-polêmica bem-vestida(a depender do conceito), que está nos braços da garotada lotando shows,com músicas tocando na rádio, ganhando prêmios, bem aceitos pela crítica e com bom espaço na mídia? E outra, é a mídia que fabrica o estilo ou o público que está pedindo pelo estilo devido a mudanças comportamentais na sociedade?
Essas perguntas não visam rotular jovens fãs, mas sim refletir sobre o futuro da música enquanto arte e entretenimento. Dessa vez não encerraremos com música, pois acho que não estou vestido adequadamente para a ocasião. Reflitam, comentem, fiquem a vontade.