segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Ainda brilhando...

Em breve, muito breve, esse blog chegará, talvez, ao seu final.

Assim, o post mais tradicional desse espaço não poderia faltar nessa reta decisiva. Ou não!

FELIZ NATAL a todos que chegaram até aqui!

Que a luz continue brilhando!

p.s. não entendeu que luz tradicional é essa? clique aqui, aqui, e aqui. Ou no play.



quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A dança dos que ficam parados

Na semana passada,  o prefeito eleito de Salvador, ACM Neto, se encontrou com os artistas da Axé Music para um evento, e dentre outras coisas, anunciou um segundo carnaval durante a Copa do Mundo de 2014, o que deixou os cantores felizes e sorridentes.

Ora, mas essa artistagem baiana é mesmo sui generis...

Os caras tem o status de ídolos, de representantes culturais de Salvador, são elogiados de forma até exagerada para os méritos artísticos de alguns deles e tal e coisa.
Aí Salvador vira um caos, com uma política administrativa que gerou destruição e decadência nos últimos anos, e o qual a reação dessa turma? nenhuma..

Em qualquer lugar do mundo, artistas e intelectuais são os primeiros a se posicionar quando a sua cidade/lugar passa por problemas. Nesses anos ingratos, não ouvimos desses grandes ídolos, uma crítica, uma fala contundente pedindo providencias, uma música de protesto que fosse, contra a forma de gerir a cidade. Nada.

Na eleição para prefeito, acirrada e polarizada, enquanto diversos setores da sociedade soteropolitana davam opiniões sobre os candidatos e apontavam caminhos para o futuro de Salvador, não ouvimos nenhum deles abrir a boca para dizer nada. Pelo contrário, continuaram esses anos todos cantando suas músicas que remetem Salvador como a “capital da alegria”, “terra da felicidade” e outros blablablas de verão, como se nada estivesse acontecendo.

Aí, quando já sabemos quem é o prefeito, e passamos a esperar ansiosos pelo que Neto vai fazer com o trânsito, com a saúde, com o asfalto, iluminação, lixo e transporte , essa turma aparece toda sorridente, posando para fotos com o novo prefeito, porque vão receber de presente mais um carnaval para ganhar ainda  mais dinheiro com essa felicidade plastificada em 4 ou 5 acordes.
Parafraseando o filósofo, cada povo tem os ídolos que merecem...

p.s. 1 isso nada tem a ver com a qualidade artística que possuem(nem todos...), mas sim com a atuação social que se espera de quem goza de tanto prestígio.


p.s.2 também não tem a ver com gostar ou não de 1 carnaval ou 2, e sim, com as posturas dessa turma perante a sociedade local e seus problemas.


p.s.3 atualizado em 28/03/2014. Pelo visto, ganharam e vão ganhar bem mais do que um carnaval extra.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Esse cara é o Roberto


A internet é um território dominado pelos mais jovens, por aqueles que já nasceram plugados num computador. E nada mais normal, com tantas novidades tecnológicas mutantes, que os ícones artísticos da grande rede, sejam os preferidos da turma entre 15 e 30 anos. 

E quando o assunto é música, qualquer espirro de cantores como Luan Santana, Ivete Sangalo, Cláudia Leitte, Restart, Nx Zero, funkeiros e duplas sertanejas universitárias, vira um “trend topic”. Artistas mais “clássicos” da MPB, rendem pouco assunto, o que talvez, seja natural. Até porque, essa nova geração não se importa com nada que tenha vindo antes dela. Parece que acabou-se aquela coisa de buscar entender o que se passou antes, para uma maior compreensão do mundo.

Mas não é que um cantor de 70 anos virou assunto no mundo virtual?! Roberto Carlos

O rei, ao lançar a música Esse Cara Sou Eu, deu uma chacoalhada nas redes sociais. Seja no Twitter, no Facebook, nos blogs, sites, emails, enfim, todos dão pitaco sobre a música-tema da novela das 8. Principalmente as mulheres, que questionam se realmente é possível encontrar um homem com tantas qualidades como o personagem da canção. Charges, piadas, e até análises psicológicas do “cara”, pululam em todo canto do www no Brasil.

De repente, o velho Roberto passou a ser comentado não apenas porque a vovó todo sábado coloca unas músicas esquisitas sobre cachorros que sorriem ao latir, mas por sua utópica canção, que mexeu com mulheres e homens, dos 18 aos 80. Pode-se não gostar da referida canção, achá-la ridícula, mas o fato é que ela se intrometeu na pauta dos modernos internautas.

Pois é, o antigo e o moderno podem perfeitamente conviver. Podem aprender um com o outro. Já tinha tido essa percepção em torno de uma outra música do Roberto Carlos. Em ums cena do filme Meu Nome Não É Johnny, em que Selton Mello canta, com uma roupagem nova, o clássico romântico Outra Vez. É, parece que o cara é mesmo o Roberto.




sábado, 17 de novembro de 2012

Admirável homem novo (em tempo real)


Não adianta se esconder. Mais cedo ou mais tarde, a tecnologia vai te pegar, te clicar, te emoldurar para a posteridade virtual. E se ninguém fizer isso com você, também mais cedo ou mais tarde, você mesmo fará.

É irresistível. Se eu faço uma viagem, posto as fotos na internet. Se estou dirigindo, posto como estão as condições do trânsito. Se estou fazendo uma prova, como o ENEM, posto também, ainda que seja desclassificado por conta disso. Mas quem resiste? Queremos mesmo é estar conectado. Ter a nossa vida plugada, observada, percebida, sentida.

Teorias mil, de especialistas mil, explicam este fenômeno melhor do que eu saberia dizer. Assim, reservo-me o direito de não enumerar os seus porquês. Vai ali no Google, que ele explica, é rapidinho. Ele é uma espécie de matéria obrigatória de escola primária, para quem está sendo pego somente agora, pela onda high tech.

Onda não, já é muito mais que isso. É uma realidade que não mais retrocederá. Se alguém não mora num paraíso perdido, destes poucos que ainda existem, tem a sua rotina totalmente ligada, mesmo que não queira, a computadores, conexões, e infinitas maquininhas capazes de coisas que os mais velhos só imaginavam em filmes de ficção científica. Aliás, falando nisso, acho que mais dia, menos dia, estaremos que nem no filme Matrix, sem saber o que é real ou não.  E será capaz de ninguém querer a pílula vermelha. Isso não é uma crítica ou um temor, é apenas uma quase constatação.

Acho que em breve, homem e máquina se confundirão. Quem sabe, se fundirão. Se isso acontecer, pelo menos não teremos trabalho para colocar fotos da nossa vida vegetativa nas redes sociais. Nossos circuitos internos serão capazes de saber quem fez o quê e aonde, através de conexões ultravelozes. Nem será preciso curtir ou retuitar. Bastará estar ligado na tomada.

Que bom, assim poderei descansar meus olhos de robô...



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cadê as elites que estavam ali?

Nesta semana que se inicia, serão julgados pelo STF, na Ação Penal 470, mais conhecida como caso do “mensalão”, as figuras de maior destaque político dentre todos os réus do processo. José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, todos integrantes da alta cúpula do PT á época.

E aqui e ali, já começaram a subir o tom das vozes tanto na imprensa quanto no meio acadêmico, em defesa dos acusados. Até aí, tudo bem, é sabido que o PT tem boas relações com parte da imprensa, assim como outras forças políticas também possuem os seus no meio, e praticamente domina o meio acadêmico desde a fundação do partido. Ocorre que um dos principais mantras petistas, cantado durante anos, e que em momentos como o atual resurge, não cola mais, para quem ao menos tenta ver o partido sem filtros, o mantra é o seguinte: O PT luta contra as elites que querem acabar com o PT. Ou algo próximo a isso.

Esse discurso de que existe uma elite que sabota o governo do PT bem como os principais líderes do partido é de uma falta de conteúdo, que não sei como alguns intelectuais tem coragem de abrirem a boca para proferi-lo. Ora bolas, num país de imensa maioria de pessoas pobres, é um dos truques óbvios, afinal, quem quer se identificar como elite? a dita imensa minoria dominante e preconceituosa. Só que, depois de chegar ao poder, o PT já não pode mais assumir para si esse discurso, que revelou-se com o passar do tempo, meramente teórico. Que raios de elite é essa que os petistas tanto falam.

Seria aquela elite da qual figurões do partido como José Dirceu, Antônio Palocci, dentre outros, prestam consultorias a grandes empresários?! Ou será que seria aquela velhíssima elite oligárquica ligada a políticos como José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros e Delfim Neto, todos aliados até o talo com o governo petista? Ou será que são os donos de grandes construtoras doadoras de campanhas políticas, que fazem do PT um dos partidos que lideram a arrecadação nestas eleições?! E nesta última linha está a chave de tudo. O PT hoje é apenas “um dos” e mais nada. É só mais um partido que quer ganhar eleições, como todos os outros.

Nem vale a pena entrar no mérito de uma mudança de rumo do petismo, mas o fato é que, parte da elite apoia, confia, e vota no PT, bem como parte da classe média e parte da camada mais baixa. E o mesmo ocorre com os outros partidos e seus líderes.

E mesmo a parte da elite que não se afeiçoa ao PT, o que é mais que legítimo numa democracia, não pode responder pelas ações de indivíduos ligados ao partido. A justiça que julgue e faça aquilo que é previsto no ordenamento e pronto. Não estamos num estado de exceção, para se conclamar uma luta de classes direta inexistente, da qual um grupo se coloca como defensor dos mais fracos, enquanto afaga carinhosamente os mais fortes.

Da próxima vez que algum teórico do partido atacar as elites de conspiração, por favor, faça como os Titãs. Melhor dar Nome aos Bois. É ao menos, mais digno.






terça-feira, 4 de setembro de 2012

Será?


O julgamento do Mensalão pelo STF, tem provocado uma sensação "estranha" em quem se importa com as coisas da república. É que até agora, cinco"peixes graúdos", entre empresários e políticos, foram condenados.

Será que realmente veremos aquilo que só vemos em outros países ou em filmes? Gente grande sendo presa por corrupção? Sem filosofar sobre os detalhes processuais da Ação Penal 470, tomara que sim, que sejam condenados, desde que tudo fique devidamente provado, claro.

Pouca gente tem atentado para o fato de que o resultado deste julgamento pode ser um divisor de águas na história brasileira. E que depois dele, se os condenados em parceria com seus poderosos advogados, não inventarem nenhum truque jurídico (já tem gente pensando nisso), muta gente que mexe com dinheiro público, repense seus atos, desejos e formas de enxergar a coisa pública, que no Brasil, é considerada "de ninguém", e que por isso pode ser de "alguém", quando não deveria ser de ninguém por ser de todos.

Depois da ditadura, conquistamos eleições diretas, vencemos a inflação, fortalecemos algumas instituições, mas ainda faltava algo. Na música Vossa Exelência que os Titãs fizeram em 2005, justo por causa do, vejam só, mensalão, um vociferante Paulo Miklos berra que "um dia o sol ainda vai nascer quadrado".

É, parece que estamos muito próximos disso acontecer. Próximos de avançarmos rumo a consolidação da democracia no Brasil.

Será? se for, vamos arrumar vossas acomodações execelência...



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Não falta apoio, falta educação

 Se o assunto é a participação brasileira nos Jogos Olímpicos, logo aparece a frase clichê sobre o tema; "falta apoio". Ou a sua variante, "falta investimento". Mas será que falta mesmo?

Desde 2001, foram investidos R$ 970 milhões de dinheiro público, repassados ao COB, e repartido (ou não, vai saber...) com as federações esportivas. Investimento no chamado esporte de alto rendimento. Ou seja naqueles que já são atletas. E tudo isso pra que? Pra ganhar medalhas? Pra fazer propaganda ideológica de nosso "regime"?

Pois é isso que fazem alguns países, notadamente os comunistas como China e Cuba, que investem na formação de atletas de alto nível, para ganhar através do esporte, a simpatia da comunidade internacional, e tentar fazer com que todos esqueçam do lado sombrio de seus regimes políticos. No nosso caso, serve ao histórico e famigerado "pão e circo".
Enquanto isso países como os Estados Unidos, que quase sempre vence a disputa no quadro de medalhas, investe na base do esporte. Lá o esporte é inserido desde a educação básica, e vai até o ensino superior. Aliás, é interessante comparar as 10 primeiras posições do quadro de medalhas, com os países que mais tem universidades no top 100 de rankings especializados de desempenho das mesmas. Veja o desempenho da Coréia do Sul nas 2 últimas Olimpíadas, e veja o quanto que esse país investiu em educação nos últimos anos.

E aí, de que adianta investir muito dinheiro pra formar uma equipe pra disputar o 4x100 metros rasos, quando a grande maioria de nossas crianças e jovens só conhecem o futebol como esporte. Quantas piscinas, tatames, ginásios e pistas de corrida existem nas escolas e universidades públicas? Quantos centros poliesportivos públicos ou privados existem Brasil afora, integrando a população ao esporte, formando cidadãos mais saudáveis física e mentalmente? Pois é...

É preciso que se entenda de uma vez por todas, que uma política de esportes eficiente, é aquela em que o esporte é posto como inclusão social, formação cidadã e relacionada a hábitos saudáveis e qualidade de vida. As medalhas são apenas consequência disso. Enada mais fáild e conseguir esses objeticos do que atrelar o esporte a educação. Ou alguém acha que o Barack Obama abre o cofre visando ganhar medalhas para os americanos ficarem felizes? Nada disso, eles sabem muito bem o que é esporte desde cedo. Enquanto isso, continuamos perdendo crianças e jovens para o crime organizado, quando elas poderiam estar praticando esporte e pensando em competições estudantis, ao invés de pensar besteira.

Assim, continuamos a ser o país da novela, o verdadeiro esporte mais praticado pela população brasileira, cuja imensa maioria jamais trocaria um capítulo do folhetim das 8, para ver um jogo de basquete ou handebol, mas adoram cobrar resultados olímpicos e "investimento" em atletas de ponta. E depois não sabem porque Charles De Gaulle disse o que disse.

terça-feira, 24 de julho de 2012

1 ano com Amy

No dia de ontem, completou-se 1 ano da perda da cantora britânica Amy Winehouse, vítima de não se sabe bem do que, até hoje. O que se sabe é que Amy tinha muitos problemas com drogas ilícitas, e principalmente com álcool. Não preciso explicar como sua vida era e/ou como era transmitida quase que em tempo real por diversas mídias, pois qualquer um minimamente informado, sabe.

Não sei lá fora, mas no Brasil, lugar onde adoramos rotular pessoas para mais fácil e falsa compreensão, Amy era quase sempre vista como a celebridade gringa viciada e barraqueira. Bom, não que ela realmente não fosse isso, também. Mas era mais, muito mais.

Com sua voz fabulosa, estilo próprio, letras instigantes e uma super banda de apoio, Amy trouxe uma nova roupagem para o Soul, R&B e até mesmo o Jazz. E conseguiu isso aliando também sucesso comercial. O disco Back to Black já vendeu 13 milhões de cópias até o momento, sem falar nos 5 prêmios Grammy que recebeu.. Mas por essas bandas, o seu lado musical quase sempre foi deixado de lado. Basta dizer que o lado mais controverso da cantora chegou a ser retratado ridiculamente em um quadro fixo de um programa de humor duvidoso. Aquele mesmo que invadiu o seu velório para fazer graça, como se tivesse alguma. Nos programas diurnos de fofoca, dia sim, outro também, tava lá a Amy sendo mostrada, debatida, julgada. E as suas qualidades musicais? Bom, num país em que canções onomatopéicas, são chamadas de fenômenos, dá pra perceber a importância artística que uma cantora de Soul deve ter por aqui...

Quando de seu fim trágico, foram muitas as manifestações moralistas que sempre surgem nessas ocasiões  falando do seu vício, do seu comportamento, do seu péssimo exemplo e outros blablablás. Ninguém com juízo em dias, dirá que a vida de Amy fora das suas belas canções, era realmente digna de se admirar, mas a questão é: quem disse que artistas tem que dar bom exemplo?  Não era parente, nem amigo de Amy, logo importava mais a sua música, o seu talento, e não sua vida pessoal. Ela, e qualquer outro, poderiam/podem fazer o melhor disco de todos os tempos da última semana, mas se protagonizar um barraco, vão falar disso o tempo todo sem se escutar sequer uma música do tal disco. A menos que seja cantora de Axé, pagodeiro, funkeiro ou dupla sertaneja. E olhe lá, pois esses têm também sua vida pessoal colocada em primeiro plano.

Enfim, todos diziam que Amy era má, diziam que ela devia ser boa. Mas ela nunca quis ser boa, como diz na espetacular You Know I'm No Good. Se isso é bom ou ruim, não sei e pouco importa, o que importa é a música. E se hoje lamentamos 1 ano de sua ausência, é por causa da falta que faz, alguém capaz de criar canções como essa. Canções de uma artista, que tal qual Joplin e Hendrix, teve uma carreira curta, mas que será eternizada pelo talento. Eternização que completou 1 ano. Parabéns pelo seu primeiro aniversário no rol dos imortais, Amy.



domingo, 15 de julho de 2012

Curto-circuito: O tal do 4D


Inaugura-se mais um shopping na cidade e pronto.

Lá se vão hordas de gente atrás das “mudernidades”, dentre as quais, uma sala de cinema 4D. Peraí, 4D? o que houve com o 3D? foi aposentado por invalidez? A impressão que tenho é que cada vez mais as pessoas se importam com números que são propagandeados pela mídia. Se fulano tem um iPhone 123, e lançam o iPhone 124, ele fica desesperado para comprá-lo ainda que não precise.  Querem o tempo todo estar na moda, estar “por dentro” das novidades, mesmo sendo desnecessário. Sempre me pergunto quando foi que as pessoas ficaram loucas.

Não que eu ache que deveríamos voltar aos tempos das cavernas e acender tochas, mas acho que o grau de prioridade e importância que damos a pequenos saltos tecnológicos, é por demais, exagerado. Ver um filme com uma dimensão a mais, vá lá, pode ser legal, mas fazer disso, um objeto de desejo maior do que a própria arte do cinema, é um mero capricho consumista.

Pois o tal shopping foi inaugurado e todos na cidade comentam, em tom de lamentação, os absurdos preços para se assistir um filme na tal sala 4d. Pois não assista ué. Nem sua vida, nem o filme vão ser melhores por conta disso. Se o número de dimensões que se vê na projeção de um filme importa mais que todos os seus aspectos técnicos e artísticos, é porque o filme em si não importa muito, e sim contar para todos que pagou 50 pratas pelo tal 4D. O tal do status. O tal do “estar na moda”. A tal da bobagem glorificada. Acho que se botarem no cinema, um vídeo caseiro malfeito do Youtube em 3 ou 4D, vai ter quem pague caro para assistir

Quando ficamos loucos eu não sei, mas esse circuito cinematográfico onde números são o mais importante, não me atrai. Afinal, o que faço com esses números?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Risada Sonora - Enfiando um palavrão

E o Risada Sonora volta depois de séculos, a dar as caras por aqui. E volta de onde parou, com uma música do Ultraje a Rigor.

Pois é, Lula virou amigo de Maluf, o Corinthians ganhou a Libertadores, e Fátima Bernardes não dá mais audiência. Sendo assim, não temos mais assunto como antes, e pra lavar a alma da galera entediada, só mesmo enfiando um palavrão pra garantir o refrão.

Quem não sabe, bate palmas, mas quem sabe clica no play pra curtir o clipe da irreverente Nada a Declarar, sucesso de uma das fases mais divertidas do grupo de Roger Moreira.

Ah, já ia esquecendo...é...ah...cu.



Ultraje a Rigor/Nada a Declarar/ Roger Moreira



Eu tô sentindo que a galera anda entendiada
Não tô ouvindo nada, não tô dando risada
E aê, qual é? Vamô lá, moçada!
Vamô mexe, vamô dá uma agitada!
Esse nosso papo anda tão furado
É baixaria, dor de corno e bunda pra todo lado
Eu quero me esbaldar, quero lavar a alma
Quem saba, sabe; quem não sabe bate palma
E pra celebrar a nossa falta de assunto
Vamô todo mundo cantá junto (Ueba!)
Eu não tenho nada pra dizer
Também não tenho mais o que fazer
Só pra garantir esse refrão
Eu vou enfiar um palavrão (Ah..Cu)
De novo... Cu

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Politicar - a foto e as palavras


"O símbolo da pouca vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente. Daremos a nossa vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente.” (LULAjunho de 1984)
“Se o civil tiver que ser o Paulo Maluf, eu prefiro que seja um general.” (LULA,  junho de 1984)
“Como Maluf pode prometer acabar com ladrão na rua enquanto ele continua solto?” (LULA, setembro de 1986)
“Maluf esquece de seu passado de ave de rapina. O que ameaça o Brasil não são nuvens de gafanhotos, mas nuvens de ladrões. Maluf não passa de um bobo alegre, um bobo da corte, um bufão que fica querendo assustar as elites acenando com o perigo do PT. Maluf é igualzinho ao Collor, só que mais velho e mais profissional. Por isso é mais perigoso.” (LULA, março de 1993)
“A impressão que se tem é que Cristo criou a terra, e Maluf fez São Paulo.” (LULA,  maio de 1996)
“O Maluf é que deveria estar atrás das grades e condenado à prisão perpétua por causa da roubalheira na prefeitura.” (LULA, julho de 2000)
Aprendi que a palavra de um homem vale mais até do que dinheiro. Portanto, vale mais do que coalizões, governabilidades e sistemas políticos mal-produzidos e viciados.
Vão tomar no verbo, seus filhos da letra...



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sobre namorados e seus dias


Falar sobre o Dia dos Namorados é uma tarefa difícil, dificílima como diria Seu Vavá. Porque a data é sempre retratada com eternos clichês, pro bem e pro mal. Há quem ignore dizendo ser apenas uma data comercial qualquer e há quem se empolgue e julgue ser um dia fundamental para o seu relacionamento.

Na verdade, tanto faz, como tanto fez. Tantos fazem, como não fazem.

Tem gente que nesse dia, dá flores a namorada, tem gente que dá um celular, uma roupa, uma caixa de bombons, um abraço e um beijo, um refresco e um queijo. Tem casais que vão jantar num fino restaurante, enquanto outros se contentam com o churrasquinho de gato e a cerveja em lata do barzinho do condomínio. Tem casais que vão pra suíte mais cara do melhor motel da região, enquanto outros preferem um hotelzinho mofado na esquina (e ambos pegam fila), ou apenas o aconchego do lar devidamente redecorado para a ocasião. Os casais mais alternativos preferem a areia da praia. Os mais cansados viram pro lado e dormem a noite toda. Os solitários recorrem a certos métodos...

No Dia dos Namorados tem gente que comemora o auge do seu romance, tem gente que usa a data para reavivar a sua desgastada relação, tem gente que chora um namoro recém terminado ou relembra um xodó do passado.Tem gente mal-amado(a) que xinga muito no Twitter, tem gente que posta no Facebook que tá solteira sim, sozinha nunca, e tem quem começou um namoro há poucos dias somente para ganhar presente. Tem quem ache que está tudo acabado porque deu e não ganhou presente.Os casais idosos se encaram doce e complacentemente. Além dos que reclamam serem solitários por todo o sempre.

Mas tudo isso pode acontecer e acontece nos relacionamentos em muitas outras datas e ocasiões. Acontece no Natal, Ano Novo, Carnaval, Aniversários, Batizados, Casamentos e numa vitória importante ou derrota acachapante do time de cada um. Acontece todos os dias. Não é o Dia dos Namorados que faz do amor herói ou vilão, que faz um romance evoluir ou se diluir, que faz uma paixão tornar-se caliente, descrente ou demente. 

O Dia dos Namorados já está enraizado na nossa cultura e, definitivamente, não deve e nem pode ser ignorado. É até divertido fazer piadas de suas anacronias. Mas a paixão, o romance, o amor, e todas as suas causas e consequências, não sabem que dia é hoje.

12 de Junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Wagner Moura, um legionário urbano

O tributo a Legião Urbana com Wagner Moura nos vocais, despertou muitas críticas e piadinhas com relação a performance do ator baiano. Mas é preciso que se diga que aquela apresentação não deve ser analisada com rigor técnico,bem como a própria performance de Wagner. Afinal, todos sabem que ele não é cantor de ofício, embora tenha uma banda chamada Sua Mãe. O que vi ali foi apenas uma homenagem, uma grande homenagem, à uma das maiores, senão a maior banda do rock nacional. E claro, homenagem também a seu líder, Renato Russo falecido em 1996.

O que Wagner fez ali, foi entoar com muita energia todos aqueles hinos que estão ainda hoje na cabeça e no coração de muita gente. Wagner berrou, gritou, correu pelo palco, se jogou no chão, se jogou na platéia, e tudo o mais que, só e somente só, o espírito do rock and roll é capaz de proporcionar numa apresentação musical. Se ele desafinou,ou sua voz não era a ideal, isso é o que menos importa. Ali ele era um fã da Legião Urbana representando todos os fãs da banda num tributo especial. Enfim, Wagner é um apenas mais um legionário urbano.

Legionário urbano como tantos entre nós, que resistem aos modismos de estilo de duplas universitárias de balada, musas do axé, Chayenes e outras coisas mais que a mídia tenta impor como padrão. Há muito que nos perdemos entre monstros de nossa própria criação, mas ali naquele palco, nos sentimos bem representados, e cantamos juntos com Wagner que não era só imaginação, que não era tudo em vão, e que podemos conseguir vencer.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Tchau MPB, agora é a vez da MOB

MPB já era, o lance agora é a MOB , Música Onomatopeica Brasileira.


Eu sei fazer o lê lê lê lê lê lê lê lê lê ( sucesso de João Neto e Frederico)
Eu quero tchu tcha tcha tchu tchu tcha (sucesso de João Lucas e Marcelo)
Tche tche rere tche tche rere tche tche tche tche (sucesso de Gustavo Lima)
Oi, oi, oi, oi, oi,oi (sucesso de Robson Moura)

Você é cantor e quer fazer sucesso? nada de fazer letras poéticas, com rimas,conteúdo, sentido e mais não sei o que, é só juntar uma ou duas consoantes e uma vogal no refrão e pronto. Eis um novo sucesso.

É, em tempos em que tudo que tenha mais que 140 caracteres vai para a lixeira, parece que Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil estão ultrapassados...



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Eu não vou postar nada

Depois da preguiça, o vazio.
Uma tempestade cai lá fora em plena madrugada. O que dizer, o que pensar, o que postar?
Como agir, como sair, como ficar, como se comportar em frente ao PC?
Quero falar, mas não sei o que ao certo. Chuva e sereno me inspiram, mas suspiro e nada sai do lugar.
Sinto algo, mas assim como o The Who, não sei explicar. E nem guitarra sei tocar.
Mas sei quem sabe tocar guitarras e consegue dizer sem dizer nada. Tradução simultânea.
Sentimentos, palavras, madrugada, tempestade e Titãs.
Falsa poesia, imperfeita harmonia... ah, não vou dizer mais nada...

Titãs
Eu não vou dizer nada


Eu não vou falar de amor 
E nem vou falar do tempo 
Eu não vou dizer nada 
Além do que estou dizendo 
Eu não vou dizer 
O que realmente penso 
Até mesmo porque 
Não tenho nada a dizer 
Eu não vou dizer 
O que realmente sinto 
Até mesmo porque 
Não é o que eu quero fazer 
Eu não vou falar de culpa 
E nem de arrependimento 
Mas só do que eu digo agora 
E aqui neste momento 
Eu não vou falar 
De novo o que eu falei 
Eu não vou falar 
De mim nem de ninguém 
Eu não vou falar 
De coisas que eu não sei 
E nem vou falar 
Do que eu conheço bem 
Eu não vou contar uma história 
E nem vou dar explicação 
Eu não vou falar de flores 
E nem da televisão 
Eu não vou falar de nada 
Eu não vou falar de nada 
E isso é só o que basta 
Pra fazer esta canção











terça-feira, 1 de maio de 2012

Ai,que preguiça!


Ai, que preguiça, como diria o nosso herói Macunaíma. Dizem que o ano para o brasileiro só começa depois do Carnaval, mas para o Peixe Antenado, só depois da Semana Santa e olhe lá.

O Peixe Antenado é assim, tem mais de mil posts programados, mas nunca se sabe quando serão efetivamente postados.  A vida ao redor consome demais o blogueiro, mas ele insiste com esse espaço virtual sabe-se lá o porquê direito. Quer dizer, sabe o porquê, só não sabe se é mesmo válido. É que as vezes dá uma preguiça...uma vontade de deitar numa rede, em uma tarde de Itapuã  a la Caymmi

Mas seguimos em frente, contra todos os prognósticos, o blog continua, ainda que esteja conectado direto de uma rede. Ah, Toquinho e Vinícius é que sabem das coisas...



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Carnaval 44

Terça-feira de carnaval, os festejos quase no fim, e até agora tem muita gente resmungando, reclamando, e soltando todo tipo de impropério contra a folia de Momo.

Se sempre soubemos que o Brasil é o país do carnaval, o fenômeno das redes sociais mostra-nos que muita, mas muita gente mesmo, odeia esse período do ano. É comum postarem vídeos como este, em que uma jornalista do SBT, desanca o carnaval. Pois é, estamos carentes até de anti-heróis.

Se por um lado, alguns aspectos dos anti-carnaval são realmente convincentes, como o fato da festa ser utilizada para fazer as pessoas esquecerem dos problemas político-econômico-sociais, também é verdade que além de ser realmente contagiante pra quem gosta e participa ativamente, o carnaval incorpora diversos elementos culturais brasileiros já tradicionais. Elementos esses que dialogam com a sociedade ao longo do ano e não apenas no carnaval. E aí, a famosa frase dos anti-carnaval que dizem ”por mim não haveria carnaval” fica só na teoria e imaginação mesmo. Como imaginar o Brasil sem samba, frevo e trio elétrico, ainda que sejam elementos distantes da cultura de alguns estados. Pois mesmo assim, não vejo Portela, Galo da Madrugada e Ilê Ayiê apagados dos nossos dias.

Enfim, o carnaval de fato, possui aspectos positivos e negativos, não dá pra ser 8 ou 80, o lance é somar e dividir por 2, e pra quem gosta, aproveitar a festa tendo consciência de suas imperfeições e consequências, e quem não gosta se refugiar em algum canto paradisíaco ou em casa mesmo, sabendo que não dá para cercear manifestações populares conforme vontade pessoal, porque afinal, vai passar nessa avenida um samba popular...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Festival de Verão Salvador já foi mais pop-rock

O Festival de Verão Salvador começa hoje a sua edição 2012. O evento teve sua primeira edição em 1999, como parte das comemorações pelos 450 anos de Salvador, mas foi um sucesso e está aí até hoje. Já são 14 edições contando com a que começa hoje. Mas o que talvez muita gente com menos de 20 anos, não saiba, é que o atualmente escanteado rock nacional já foi protagonista no festival. Houve edições em que nem o axé music tinha mais atrações, e artistas de forró, samba e sertanejo nem sempre tinham vez no evento. Duvida? dá uma olhada no número de atrações por estilo musical do palco principal ao longo dos anos.

Ano
Pop-rock
axé
mpb
forró
samba
sertanejo
atrações
inter.
Pop juvenil
funk
Total        
1999
8
13

3
2




26
2000
10
12
1



3


26
2001
9
15
1

1

2
1

29
2002
10
10
3

2

2
1

28
2003
14
9
1
1

1

1

27
2004
13
10


1


2

26
2005
13
12
2




1

28
2006
10
13
2
1
1
1
1
1
1
30
2007
5
10

1
3

3


20
2008
4
10
2
2
1
1
1


22
2009
6
9
1
1
1
1
1


20
2010
4
11
1
1
1
2
1


21
2011
2
11
2

1
2
1
1

20
2012
2
10
2
1
1
3
1


20



Viram? algumas considerações:
- o ideia do "misturaê" geral, ganhou força a partir de 2006.
- o pop-rock nacional já foi o carro chefe do festival. Entre 2000 e 2005, o estilo predominou.
- nos primeiros anos, existia o Palco Pop, com bandas da cena alternativa local e o Mercado Mundo Mix, dando ainda mais cara de cultura pop ao festival. Um pop meio tropical, é verdade.
- a partir de 2007, o festival passou a ter um dia a menos, e assim, menos atrações, e como não dá pra tirar as bandas locais, o festival se transformou numa prévia do carnaval, e o estilo pop do evento se foi.
- praticamente todas os artistas importantes dos anos 80,90 e 2000 do rock nacional já passaram pelo festival. Em 2012, apenas Frejat e Capital Inicial vão representar o estilo. O Sertanejo terá 3 atrações.
- quem é fã do estilo nem pode reclamar muito, pois festivais como o FVS, acompanham o mercado fonográfico. Hoje em dia, as gravadoras não investem tanto na cena pop, que no começo dos anos 2000 chegou a ser responsável por 35% da programação das FMs.
- dá pra acreditar que Lampirônicos, Penélope, Fat Family, P.O. Box, Maurício Manieri já tocaram no palco principal, hoje em dia, nem sombra deles.
- a MPB nunca foi muito de dar as caras no festival.
- nos últimos 5 anos, samba, forró e sertanejo se consolidaram no evento.
- Tati Quebra Barraco foi a única representante do funk na história do festival, em 2006, a edição mais "misturaê" de todas.
- o blogueiro esteve no FVS ao vivo e a cores em 2000,2001,2002,2003,2004,2005,2008 e 2009.