terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Deixem brilhar...

Então é natal,e eu como tanta gente meio doida por aí, também não sou muito chegado a data. O motivo é aquele mesmo, há muita falsidade e mercantilismo no ar. As pessoas acham que o espiríto de natal significa fazer e adorar imensas árvores de natal e seus pisca-piscas, além de correr atrás dos presentes e guloseimas típicas tão cantados em prosa e verso pela mídia e pelo comércio.

Pois bem, mas não é que vem justamente de um comercial de TV a inspiraçao para esse post e talvez para todo periodo natalino: o filmete "Luzes" da Boticário. Embalado pela música Let It Shine, conhecida na voz da cantora gospel americana Dorothy Norwood, as imagens mostram um pequeno feixe de luz passeando por toda a cidade e chamando a atenção de todos; mais do que das árvores e piscas natalinos.

Pois é, quem dera todas as pessoas compreendessem que o mais importante é a pequena luz que existe em cada um de nós, e que devemos deixá-la brilhar, através de atos verdadeiramente humanos, ao invés de aderir ao capitalismo midiático. Se compreederem, o natal será enfim como o do final do comercial, com inúmeras pequenas luzes brilhando e confraternizando. Ao trabalho portanto!

Ah, a letra da música é simples, simples:

This little light of mine
I'm gonna let it shine


Traduzindo:
Essa minha pequena luz
Eu vou deixar brilhar


Agora já podem ver o vídeo com outros olhos e outra luz, espero, FELIZ NATAL!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Quem sou eu? Rir é o melhor remédio!

Continuando a apresentação, um aviso: nunca se envolva com a filha de um farmacêutico.
Yes, I'm a Pharmacist.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Quem sou eu?

Depois de vários dias e algunas postagens o Blogger ainda me pergunta quem sou eu? aqui na barra lateral.
Bom, pra que dizer algo, se o Chico Buarque pode responder por mim...

Ah, a gatinha de voz suave no vídeo é a Roberta Sá.

Mambembe
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque

No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
Correndo no escuro, pichado no muro
Você vai saber de mim
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte, cantando
Por baixo da terra, cantando
Na boca do povo, cantando

Mendigo, malandro, moleque, molambo, bem ou mal
Escravo fugido ou louco varrido
Vou fazer meu festival
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte, cantando
Por baixo da terra, cantando
Na boca do povo, cantando

Poeta, palhaço, pirata, corisco, errante judeu
Dormindo na estrada, não é nada, não é nada
E esse mundo é todo meu
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte, cantando
Por baixo da terra, cantando
Na boca do povo, cantando


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O canto da baiana

Fechando essa trilogia "baianística",chega-se ao ponto mais importante da cultura baiana das 2 últimas décadas, talvez de toda história. Pois a revolução que começou naquele 15 de dezembro de 1992 persiste até hoje, e teve impactos não só artísticos, como também social e político.

Seja como for, do jeito que for, a verdade é uma só: a Axé Music é um fênomeno impressionante, ou pelo menos foi. Se depois do boom, industrializaram e encareceram demais o seu acesso a ponto de hoje não ser mais tão popular como era no começo, é uma outra história.

E coube a uma mulher ser a desbravadora, dar o pontapé inicial ao movimento axé, sim inicial, porque quando Luís Caldas e mais alguns começaram a fazer sucesso, o termo axé music nen sonhava em existir ainda, porque aqueles sons não incomodavam ninguém, eram vistos até com uma certa inocência pelos preconceituosos regionais de plantão. Não havia um movimento, uma cena organizada.

Só depois que Daniela Mercury subiu na Praça da Apoteose, em especial exibido pela Globo, e em consequencia disso O canto da cidade começou a tocar em todos os lugares e duas pencas de outros artistas, inclusive bandas que já existiam a uma certo tempo como Chiclete com Banana, Asa de Águia e Cheiro de Amor, invadiram o Brasil, é que a musica baiana passou a incomodar. Em função disso criou-se o termo axé music para ridicularizar a cena, mas o feitiço virou-se.

Assim o canto da cidade que era dela com propriedade, passou a ser visto andando a pé no gueto, na rua, na fé da cidade bonita, e a força ninguém conseguia explicar de onde vinha.

Pena que depois de um tempo, os baianos encantados(ou enfeitiçados) com outras musas e 'deusas', esqueceram tudo que ela havia feito e deixaram-se levar pelos boatos de que a Rainha do Axé era "metida", sendo que a "metida", até hoje é a única grande estrela do carnaval que toca dois dias em trio pipoca para o povão da Bahia e demais transeuntes.

Carnaval esse que começou a mudar muito de lá pra cá, justamente depois da explosão axé comandada por Daniela, ficou profissional, imenso, atraiu turistas, causou ciúme em outras praças carnavalescas(vide os pitis do então prefeito do Rio em 1994), e virou um grande negócio com inúmeras festas fechadas e micaretas de camisa durante o ano. De todas as estrelas do Axé, tem uma que não tem nenhuma festa superchique, supercara, associada ao seu nome, advinha só quem é ?! Pois é, a cor dessa cidade somos nós, o canto dessa cidade é nosso!

O Canto da Cidade
Daniela Mercury
Composição: Tote Gira / Daniela Mercury


A cor dessa cidade
Sou eu!
O canto dessa cidade
É meu!..(2x)

O gueto, a rua, a fé
Eu vou andando a pé
Pela cidade bonita
O toque do afoxé
E a força, de onde vem?
Ninguém explica
Ela é bonita...

Uô Ô!
Verdadeiro amor
Uô Ô!
Você vai onde eu vou...

Não diga que não me quer
Não diga que não quer mais
Eu sou o silêncio da noite
O sol da manhã...

Mil voltas o mundo tem
Mas tem um ponto final
Eu sou o primeiro que canta
Eu sou o carnaval...

A cor dessa cidade
Sou eu!
O canto dessa cidade
É meu!...






sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Verdadeira baiana

Se é mesmo verdade que a falsa baiana quando entra no samba, ninguém abre a roda, ninguém bate palma, então Gal é uma baiana de carteira assinada, pois na Bahia ou em qualquer lugar todos fazem reverência a ela. Abaixo, um vídeo dela se apresentando em São Paulo, no aniversário da megalópole em 1994, no programa Som Brasil.

Acho bastante curioso essas antigas composições sobre a Bahia, feitas por não baianos. Incrível como elas ainda dizem muito sobre alguns dos costumes baianos, ainda que muita gente não consiga ou insista em não enxergar.

A música é facilmente absorvida por qualquer um que já tenha participado ou apenas observado de forma curiosa um roda de samba, seja na Cidade Alta, na Cidade Baixa, no Rio, no Japão, em Marte...


Falsa Baiana
Gal Costa
Composição: Geraldo Pereira

Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não dança, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca
A falsa baiana quando entra no samba

Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a Bahia, senhor
Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de São Salvador

O que é que a baiana tem?

Humm, pergunta que se transforma em mil respostas, e em outras perguntas também. O que é que a Bahia tem? o que é ser baiano? o que é essa tal de baianidade?

Bom, o que sei é que anteontem dia 25, foi comemorado o "dia da baiana", e como extensão disto, vou evocar aqui uma mineira mais baiana do que muitas que nasceram e cresceram na nossa boa terra, que mostra a extensão do tabuleiro das donas elegantes de branco, e que podem ajudar um pouco a responder a pergunta do post e as outras feitas depois. Toca a viola que elas querem sambar!

A música Ê baiana, é contagiante e apimentada como um bom acarajé. Tanto que posto 2 vídeos da mesma música, o primeiro uma espécie de videoclip, com baianas caracterizadas rodando, gingando, sambando; e no outro, Clara Nunes canta triunfante em algum lugar de 1971 em preto e branco, mas com a voz e presença dela, tudo fica, literalmente, "ás claras". Aliás, como faz falta nos dias de hoje, uma Clara Nunes...


Ê BaianaClara Nunes
Composição: Fabricio da Silva/Baianinho/Enio Santos Ribeiro/Miguel Pancracio

Ê baiana
Ê ê ê baiana, baia
ninha
Ê baiana Ê ê ê baiana

Baiana boa
Gosta do samba
Gosta da roda
E diz que é bamba
Baiana boa
Gosta do samba
Gosta da roda
E diz que é bamba

Olha, toca a viola
Que ela quer sambar
Ela gosta de samba
Ela quer rebolar
Toca a viola
Que ela quer sambar
Ela gosta de samba
Ela quer rebolar

Ê baiana
Ê baiana
Ê ê ê baiana, baianinha
Ê baiana
Ê ê ê baiana






segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tudo passa?

Certas canções de certos artistas realmente transcendem fronteiras, depois que elas começam a tocar no rádio, nada mais fica igual ao que era há 1 segundo.

Por exemplo, alguns artistas que não são tão populares junto as massas, como o pessoal do Rock, de vez em quando produzem canções que ficam marcadas no imaginário de todos,seja qual for o estilo preferido de cada um. Músicas que insistem em permanecer em qualquer programa de videokê, por menor que seja a listagem disponível.

Como Uma Onda, de Lulu Santos, é uma dessas músicas. Letra fácil e marcante ao mesmo tempo. Melodia que se reconhece rapidamente em qualquer tecladinho de seresta, e que cai bem tanto na seresta como na rodinha de violão. Em qualquer situação. Enfim, há tanta vida lá fora!

Para ilustrar,um vídeo de Lulu em dueto com Daniela Mercury no antigo Som Brasil em 1993, se não me engano gravado na Bahia. Ah Bahia, Bahia que não sai do pensamento...

Como Uma Onda
Lulu Santos
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Com o pé na estrada

Vamos lá! Iniciar um blog, coisa nova para mim, mesmo assim coloco o pé na estrada da web, sem saber direito aonde vai dar, se vai dar em algum lugar, ou se vai sequer sair do lugar.
Mas já fica a sensação de que nada será como antes...

O que vamos ver por aqui? Este espaço é reservado para unir o conteúdo das letras de canções, boas ou ruins, com o nosso cotidiano, individual ou coletivo, de forma bem leve; não se pretende fazer uma séria análise critica de letras ou delimitar gostos musicais. Nada muito a risca, a não ser quando for necessário, e certamente será de vez em quando, de quando em vez. Afinal a música enquanto fenômeno cultural merece certa atenção.

É muito mais para se dizer o quanto que a música é uma coisa legal, que faz parte de nossas vidas, em qualquer dia, qualquer hora, qualquer domingo...

E também este espaço é para lembrar que o mundo ao nosso redor não para, gira todo o tempo, e que temos muito a ver com ele, que devemos se possível discutir, debater e refletir para mantermos uma boa relação com ele e com todos que nele habitam. Ou seja, aqui se falará de tudo um pouco. E se tudo isso tiver uma trilha sonora, melhor ainda.

Para começar, a letra da trilha sonora deste post, com um vídeo do Milton tocando na Suíça, em 1980, espero que nada seja igual ao que se viu há 1 segundo, mas isso é uma outra história...

Impressões ,dúvidas , sugestões e comentários de quem por acaso ou de propósito aparecer por aqui, é só se sentir em casa, a porta está aberta...

Nada Será Como Antes
Milton Nascimento
Composição: Milton Nascimento / Ronaldo Bastos

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol