Mostrando postagens com marcador A caminho do fim. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A caminho do fim. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Nosso 8 ou 80 de cada dia

Era ou foi ou será, uma vez, num reino muito, muito distante de nossas utopias...

Esquerda caviar x Direita reaça

Feminazis x Machistas insensíveis

Ateus fundamentalistas x Crentes fanáticos

Funkeiros ostentação x Lojistas de shoppings 

Médicos cubanos escravos x Médicos brasileiros mercenários

Polícia fascista x Black blocks terroristas

Portuguesa x Fluminense

Imagina na Copa...
Ops, falando nisso:  Fifa/CBF/Governos x #naovaitercopa


 Tudo assim, sem ponderação, sem meio-termo, sem análise crítica, nada. Escolha seu lado, pegue sua arma e lute ao lado dos seus desiguais, um combate entre iguais, para tomar posse sobre coisa nenhuma.










segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Brasil nenhum

Cariocas que esculhambam com paulistas, que desprezam baianos e pernambucanos, que tem rusgas entre si, mas torcem o nariz pra cariocas. Mineiros comem quietos, isolados, enquanto sulistas querem se separar do restante.

De vez em quando o bairrismo estadual/regional no Brasil é mais do que irritante. Todos querem e julgam ser, melhores do que os outros. Mas, o curioso, é que é justo nas piores características que ficamos todos iguais. Ou em qual lugar deste país varonil, o jeitinho, o trambique, o pouco apreço com a coisa pública e privada alheia, não existe?!

Uma vez ouvi de uma paulista que eu não estudava como ela, baseado no único critério daqui ser a Bahia e lá São Paulo. Não raro, em conversas com amigos e até na imprensa, vejo o Governador Jacques Wagner e a cantora Cláudia Leitte(não entendo porque pegam tanto no pé dessa moça) serem "xingados" de "carioca".

Claro que existe a questão das rivalidades regionais, que conservada até certo nível, são sadias. Mas vejo frequentemente passarem do ponto.

E, mais claro ainda, que o início da postagem não pode ser generalizada, afinal, nem todo mundo pensa daquele jeito em suas respectivas localidades. E é justo por isso, que acho que é preciso de vez em quando fazer ressalvas nesses estereótipos. Em todos os lugares tem gente boa e gente ruim. Em todo lugar tem gente que gosta e desgosta de um mesmo outro lugar. Não há muitos motivos para ataques e vitimismos. Melhor ficar nem aí. Nem aqui.

Nenhum lugar é melhor do que lugar nenhum.

Titãs - Lugar Nenhum

Não sou brasileiro,
Não sou estrangeiro,
Não sou brasileiro,
Não sou estrangeiro.
Não sou de nenhum lugar,
Sou de lugar nenhum.
Não sou de São Paulo, não sou japonês.
Não sou carioca, não sou português.
Não sou de Brasília, não sou do Brasil.
Nenhuma pátria me pariu.
Eu não tô nem aí.
Eu não tô nem aqui.




quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Whatsapp, Tinder, Lulu, os garçons e a saideira.

Atenção! essa postagem não possui caráter de análise socio-cultural. É, como sempre foi por aqui, um mero olhar ao redor.

Para fazer esse post, contarei com a ajuda da Wikipedia e suas definições acima de quaisquer suspeitas (ironia), pois acho que bebi demais, e não consigo fazer nada melhor que isso. Assim sendo, seguem as seguintes definições, antes de resenhá-las:

Whatsapp: é uma aplicação multi-plataforma de mensagens instantâneas para smartphones. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagensvídeos e mensagens de áudio de mídia.

Tinder: é uma aplicação multi-plataforma de localização de pessoas para encontros românticos cruzando informações do Facebook e localizando alvos geograficamente próximos. 


Lulu: é uma aplicação multi-plataforma, criado pela Alexandra Chong, que avalia o desempenhos dos homens com a extração de informações do Facebookpublicando as notas dadas aos internautas. 


Enquanto escrevo (e copio e colo) essa inutilidade, fico sabendo que já estão providenciando a versão masculina do Lulu, chamada Tubby. 


O curioso é que antes dos celulares Supervicky (sim, o link é da Wikipedia também), caírem no gosto e no bolso da maioria, preferíamos fazer tudo isso nos bares da vida. Conversar sobre política e futebol, trocar experiências pessoais, falar mal e bem dos parceiros de relacionamentos, além da boa e velha paquera olho no olho. Sem falar que cada vez mais, as mesas de bar emitem um ensurdecedor silêncio, justo porque fica todo mundo entretido nos tais aparelhos. Recentemente, em um popular programa matinal de TV, reuniram algumas mulheres num boteco para falar sobre o tal aplicativo da paquera e então a repórter perguntou se alguma delas viram algum homem "dando sopa" no recinto. Todas disseram que não, e a repórter fez com que elas tirassem os olhos dos celulares e olhassem ao lado onde havia uma mesa com 2 rapazes aparentemente solteiros.


Daqui a uns dias, alguém criará um aplicativo onde se dará um toque na tela e então o usuário dirá   " SmartJarbas, traga o jantar, o vinho, as velas e a gatinha do 502, por favor!" 


Fico com pena dos garçons. Esse nobres comandantes, tios, brothers e camaradas. Ou numa versão local: moral, parceiro, sacana, djhou, e que tais. Esses que tanto já fizeram por nós, trazendo e levando bilhetinhos  3 mesas ao lado, se intrometendo na conversa para ajudar a falar mal da Seleção Brasileira, do governo e do dono do bar.  E até mesmo, por vezes, dando conselhos amorosos a pessoas que, talvez, nunca mais veja. Mas do jeito que a coisa vai, com todo mundo preferindo ficar no sofá, os garçons dos bares correm risco de entrarem em extinção.


Parece que nada mais nos resta, a não ser, tomar a saideira enquanto é tempo e enquanto alguma app (Aplicativo de Preguiça Pacificadora) maldita não começa a fazer, também, esse trabalho. Mas nós, admiradores de encontros etílicos( e de coca diet), faremos a resistência. Porque afinal, depois da saideira tem um lugar diferente, onde quem é de beijo, beija, e quem não é, fica em casa baixando aplicativos e mandando SMS.



.




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Peixe Antenado não é do seu tempo

Você fala brincando com alguém, que ele está agindo tal qual Don Corleone, e o cara não sabe do que  se trata. Aí você diz que se trata do filme O Poderoso Chefão, clássico cinematográfico de 1972, e o sujeito responde: "ah, não é do meu tempo".

Você fala que  estava curtindo o disco Acabou Chorare dos Novos Baianos, por coincidência, também de 1972, e o interlocutor..."não é do meu tempo".

1972 foi mais legal que 2013, pelo visto.

Sempre que ouço essa odiosa frase, respondo que "também não é do meu". E nem é o caso daquele discurso batido de que tudo hoje não presta, e que bom mesmo eram as coisas das antigas e tal. Nada disso. A época não define a qualidade de nada. Mas desde que o mundo é mundo, desde que o homem começou a produzir bens culturais, sempre se olha para trás em busca de referências e compreensão daquilo que passou e ainda passa por aí.

Acho incrível, como a geração iPhone tenta desprezar todas as referências artístico-culturais anteriores, quando a tecnologia disponível, permite justamente conhecer com mais facilidade do que outras gerações, aquilo que a humanidade já produziu de arte e cultura. Nunca sei se a famigerada "não é do meu tempo", é resultado de preguiça intelectual/educacional que nos assola ou do consumismo exagerado que vivemos, que tem pressa de vender o novo, ainda que seja qualquer porcaria, ou, mesmo, as duas coisas.

Mas como é preciso viver nesse mundo, vou tentando ser moderno sem nunca ter assistido Velozes e Furiosos ou ter ouvido um disco de Jorge e Mateus. É, eu sei, este blog também não é do seu tempo.

Nem do meu. Besta é tú!









quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O próximo réu

Originalmente postado no Facebook em 19 de outubro de 2013.


Recentemente ouvi a expressão “moedores de gente” como referência às grandes cidades atuais. Já nem me lembro, onde e quando, mas acredito ter sido em algum link que alguém postou no Facebook. Nada mais verdadeiro.

A vida nas principais metrópoles brasileiras, cada vez mais se assemelha a uma gaiola que vai enchendo de pequenos animais até que uns começam a destroçar outros em busca de espaço, comida, ar,água e tudo o que é básico para sobreviver.

Viver em uma metrópole como São Paulo, Rio, Recife ou Salvador( sim, somos uma metrópole, ouça menos axé music!) é ser moído diariamente dentro de uma gaiola repleta de animais sedentos e famintos.
Gaiola moedora essa, que muitas vezes age apenas em segundos. Afinal, existe mais gente na fila para ser triturado.

Em segundos, um jovem estudante que ia para o primeiro dia de aula na faculdade, em Abril no Rio de Janeiro, virou réu em um processo criminal ao brigar com o motorista de um ônibus, e assim causar sua queda e morte de 7 passageiros.

Em segundos, um motorista de ônibus, no começo deste ano, em mais um dia de trabalho aqui na RMS, atropelou um médico mandando-o para o hospital com múltiplas fraturas. O motorista virou réu num processo criminal.

Em segundos, uma médica, em Salvador, atropelou, causando a morte de 2 estudantes em uma moto, após discussão, semana passada. A médica que até trabalho voluntário fazia, vai virar ré num processo criminal.

A lâmina mais eficiente do moedor, chama-se trânsito.

Em segundos, o estudante brigou com o motorista, o motorista atropelou o médico, a médica atropelou os estudantes. Como se fossem ratos, gatos e passarinhos correndo uns atrás dos outros dentro da gaiola.

E não apenas eles estão na gaiola. Todos nós estamos.

Mas na semana que passou, o que mais se viu, foram animais da gaiola olhando a situação como se estivessem fora dela, clamando brados morais, fazendo o jogo de nossa medíocre imprensa pedindo vingança crua, julgando a situação como se não tivessem nada a ver com isso. Mas tem, e muito. Todos os dias, vemos misturadas na paisagem, atitudes irrefletidas tomadas em segundos, que por pouco não terminam em tragédias como as anteriormente citadas.

Discussões, fechadas, vias de fato, ameaças, perseguições, saques de armas, sangue nos olhos. Na maioria das vezes, graças aos deuses do “mais sorte que juízo”, acabam sem maiores consequências. Mas quando os deuses (ou seria diabos?) do processo criminal conseguem uma brecha, não tem jeito. A tragédia se consuma.

E mais uma aconteceu. Infelizmente, vejo poucos refletindo sobre tudo isso. Ao invés, vejo gritos e urros. Apenas estão animalizando-se ainda mais. Ficando ainda mais perto de se tornar a próxima vítima. Ou o próximo réu.

E pra isso, basta alguns segundos. Talvez menos do que o tempo que você levou para torcer o nariz, enquanto pensava “eu jamais faria isso”, ao ler essa postagem. Pois bem, a lâmina segue girando...

p.s. antes que alguém pergunte, sim, também estou na gaiola e posso ser o próximo réu. Tenho consciência disso e tento me prevenir. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

M de mais do que o mesmo

Não. Este não é mais um texto dentre tantos internet afora, para explicar o porque que a MTV Brasil acabou. Até porque, no fim das contas, as explicações são o que menos interessa.

O que me motivou a tocar no nome da emissora musical recém findada, foram as lembranças que o início de sua transmissão aqui em Salvador, me trouxeram à memória nestes dias. Pois, nos anos 90, a música baiana carnavalizada, vulgo axé music, invadiu o Brasil e dividiu com o pagode romântico e o sertanejo, o topo das paradas musicais.

Em Salvador então, era praticamente impossível ouvir algo diferente. Quando algum bar, carro ou casa de vizinho, tocava algo que não fosse música baiana, logo chamava atenção. Lembro que a maioria esmagadora das rádios FMs se dedicavam ao gênero, sendo que as que não tocavam Axé Music, eram justo a menos populares.Quando soube que o sinal da MTV  chegaria, via TV aberta, em solo baiano lá pelos idos de 1995, fiquei animado com meus 15 anos de idade e de vontade de ver/ouvir coisas diferentes do que o status quo vigente mandava. Não era só o caso de ouvir e ver clipes de rock, rap e pop nacional e internacional, mas também de ver a linguagem e roupagem em que aquilo tudo viria embalado.

E assim se fez, a MTV trouxe um alento para jovens fãs pop/rock da cidade. Além dos clipes, podíamos comentar entrevistas, lançamentos de discos, e toda e qualquer pataquada da cultura pop com mais embasamento. E bandas como Raimundos, Planet Hemp, O Rappa e Chico Science deixaram de ser nomes desconhecidos nestas terras. Acompanhar a programação da emissora, para quem morava na velha Soterópolis, significava sair da mesmice em que minha geração estava se enfiando, numa época em que internet e canais via cabo, ainda eram incipientes. E depois, quando se viu bandas locais como  Penélope e The Dead Billies, chegarem a tela mtviana antes de serem conhecidos pelo público médio local, ficava claro o que era o apartheid musical criado pela nossa indústria do entretenimento micareteiro. Mas isso é uma outra história, para uma outra ocasião, para um outro blog...

Afinal, ao andar por entre becos e coletivos, ninguém foge ao cheiro sujo da lama de qualquer Manguetown que exista por aí.