quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Whatsapp, Tinder, Lulu, os garçons e a saideira.

Atenção! essa postagem não possui caráter de análise socio-cultural. É, como sempre foi por aqui, um mero olhar ao redor.

Para fazer esse post, contarei com a ajuda da Wikipedia e suas definições acima de quaisquer suspeitas (ironia), pois acho que bebi demais, e não consigo fazer nada melhor que isso. Assim sendo, seguem as seguintes definições, antes de resenhá-las:

Whatsapp: é uma aplicação multi-plataforma de mensagens instantâneas para smartphones. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagensvídeos e mensagens de áudio de mídia.

Tinder: é uma aplicação multi-plataforma de localização de pessoas para encontros românticos cruzando informações do Facebook e localizando alvos geograficamente próximos. 


Lulu: é uma aplicação multi-plataforma, criado pela Alexandra Chong, que avalia o desempenhos dos homens com a extração de informações do Facebookpublicando as notas dadas aos internautas. 


Enquanto escrevo (e copio e colo) essa inutilidade, fico sabendo que já estão providenciando a versão masculina do Lulu, chamada Tubby. 


O curioso é que antes dos celulares Supervicky (sim, o link é da Wikipedia também), caírem no gosto e no bolso da maioria, preferíamos fazer tudo isso nos bares da vida. Conversar sobre política e futebol, trocar experiências pessoais, falar mal e bem dos parceiros de relacionamentos, além da boa e velha paquera olho no olho. Sem falar que cada vez mais, as mesas de bar emitem um ensurdecedor silêncio, justo porque fica todo mundo entretido nos tais aparelhos. Recentemente, em um popular programa matinal de TV, reuniram algumas mulheres num boteco para falar sobre o tal aplicativo da paquera e então a repórter perguntou se alguma delas viram algum homem "dando sopa" no recinto. Todas disseram que não, e a repórter fez com que elas tirassem os olhos dos celulares e olhassem ao lado onde havia uma mesa com 2 rapazes aparentemente solteiros.


Daqui a uns dias, alguém criará um aplicativo onde se dará um toque na tela e então o usuário dirá   " SmartJarbas, traga o jantar, o vinho, as velas e a gatinha do 502, por favor!" 


Fico com pena dos garçons. Esse nobres comandantes, tios, brothers e camaradas. Ou numa versão local: moral, parceiro, sacana, djhou, e que tais. Esses que tanto já fizeram por nós, trazendo e levando bilhetinhos  3 mesas ao lado, se intrometendo na conversa para ajudar a falar mal da Seleção Brasileira, do governo e do dono do bar.  E até mesmo, por vezes, dando conselhos amorosos a pessoas que, talvez, nunca mais veja. Mas do jeito que a coisa vai, com todo mundo preferindo ficar no sofá, os garçons dos bares correm risco de entrarem em extinção.


Parece que nada mais nos resta, a não ser, tomar a saideira enquanto é tempo e enquanto alguma app (Aplicativo de Preguiça Pacificadora) maldita não começa a fazer, também, esse trabalho. Mas nós, admiradores de encontros etílicos( e de coca diet), faremos a resistência. Porque afinal, depois da saideira tem um lugar diferente, onde quem é de beijo, beija, e quem não é, fica em casa baixando aplicativos e mandando SMS.



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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Peixe Antenado não é do seu tempo

Você fala brincando com alguém, que ele está agindo tal qual Don Corleone, e o cara não sabe do que  se trata. Aí você diz que se trata do filme O Poderoso Chefão, clássico cinematográfico de 1972, e o sujeito responde: "ah, não é do meu tempo".

Você fala que  estava curtindo o disco Acabou Chorare dos Novos Baianos, por coincidência, também de 1972, e o interlocutor..."não é do meu tempo".

1972 foi mais legal que 2013, pelo visto.

Sempre que ouço essa odiosa frase, respondo que "também não é do meu". E nem é o caso daquele discurso batido de que tudo hoje não presta, e que bom mesmo eram as coisas das antigas e tal. Nada disso. A época não define a qualidade de nada. Mas desde que o mundo é mundo, desde que o homem começou a produzir bens culturais, sempre se olha para trás em busca de referências e compreensão daquilo que passou e ainda passa por aí.

Acho incrível, como a geração iPhone tenta desprezar todas as referências artístico-culturais anteriores, quando a tecnologia disponível, permite justamente conhecer com mais facilidade do que outras gerações, aquilo que a humanidade já produziu de arte e cultura. Nunca sei se a famigerada "não é do meu tempo", é resultado de preguiça intelectual/educacional que nos assola ou do consumismo exagerado que vivemos, que tem pressa de vender o novo, ainda que seja qualquer porcaria, ou, mesmo, as duas coisas.

Mas como é preciso viver nesse mundo, vou tentando ser moderno sem nunca ter assistido Velozes e Furiosos ou ter ouvido um disco de Jorge e Mateus. É, eu sei, este blog também não é do seu tempo.

Nem do meu. Besta é tú!