segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Não falta apoio, falta educação

 Se o assunto é a participação brasileira nos Jogos Olímpicos, logo aparece a frase clichê sobre o tema; "falta apoio". Ou a sua variante, "falta investimento". Mas será que falta mesmo?

Desde 2001, foram investidos R$ 970 milhões de dinheiro público, repassados ao COB, e repartido (ou não, vai saber...) com as federações esportivas. Investimento no chamado esporte de alto rendimento. Ou seja naqueles que já são atletas. E tudo isso pra que? Pra ganhar medalhas? Pra fazer propaganda ideológica de nosso "regime"?

Pois é isso que fazem alguns países, notadamente os comunistas como China e Cuba, que investem na formação de atletas de alto nível, para ganhar através do esporte, a simpatia da comunidade internacional, e tentar fazer com que todos esqueçam do lado sombrio de seus regimes políticos. No nosso caso, serve ao histórico e famigerado "pão e circo".
Enquanto isso países como os Estados Unidos, que quase sempre vence a disputa no quadro de medalhas, investe na base do esporte. Lá o esporte é inserido desde a educação básica, e vai até o ensino superior. Aliás, é interessante comparar as 10 primeiras posições do quadro de medalhas, com os países que mais tem universidades no top 100 de rankings especializados de desempenho das mesmas. Veja o desempenho da Coréia do Sul nas 2 últimas Olimpíadas, e veja o quanto que esse país investiu em educação nos últimos anos.

E aí, de que adianta investir muito dinheiro pra formar uma equipe pra disputar o 4x100 metros rasos, quando a grande maioria de nossas crianças e jovens só conhecem o futebol como esporte. Quantas piscinas, tatames, ginásios e pistas de corrida existem nas escolas e universidades públicas? Quantos centros poliesportivos públicos ou privados existem Brasil afora, integrando a população ao esporte, formando cidadãos mais saudáveis física e mentalmente? Pois é...

É preciso que se entenda de uma vez por todas, que uma política de esportes eficiente, é aquela em que o esporte é posto como inclusão social, formação cidadã e relacionada a hábitos saudáveis e qualidade de vida. As medalhas são apenas consequência disso. Enada mais fáild e conseguir esses objeticos do que atrelar o esporte a educação. Ou alguém acha que o Barack Obama abre o cofre visando ganhar medalhas para os americanos ficarem felizes? Nada disso, eles sabem muito bem o que é esporte desde cedo. Enquanto isso, continuamos perdendo crianças e jovens para o crime organizado, quando elas poderiam estar praticando esporte e pensando em competições estudantis, ao invés de pensar besteira.

Assim, continuamos a ser o país da novela, o verdadeiro esporte mais praticado pela população brasileira, cuja imensa maioria jamais trocaria um capítulo do folhetim das 8, para ver um jogo de basquete ou handebol, mas adoram cobrar resultados olímpicos e "investimento" em atletas de ponta. E depois não sabem porque Charles De Gaulle disse o que disse.

2 comentários:

  1. Infelizmente, tirando o futebol, os esportes no Brasil não são valorizados por ninguém. Isso é uma lástima, mas ainda assim é de se lamentar o desempenho no Brasil porque, embora falta infraestrutura para a formação de atletas, a maioria dos que chegaram lá tinha condições para ter um desempenho bem mais satisfatório. Enfim, vamos ver o mico de 2016. Abraço.

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  2. Oi, querido Rui Peixinho! Sabe, falta educação e principalmente bons psicólogos aos nossos atletas. Está aí... As paraolimpíadas dão de 1000 a zero... Nossos atletas paraolímpicos são bem mais preparados e ganham muitas medalhas douradas... Há também a questão de muito dinheiro no futebol...

    T.S. Frank
    www.cafequenteesherlock.blogspot.com

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